Dissertação - Paula Pires da Silva

Fazeres das professoras alfabetizadoras no espaço/tempo da "hora atividade"

Autor: Paula Pires da Silva (Currículo Lattes)

Resumo

A presente dissertação, intitulada "Fazeres das Professoras Alfabetizadoras no espaço/ tempo da "Hora Atividade", teve como objetivo compreender como se organiza os espaços e tempos coletivos da Hora-Atividade na Escola e de que forma eles interferem no ser e no fazer de um grupo de Professoras Alfabetizadoras da Escola Municipal de Ensino Fundamental Mate Amargo, situada no município do Rio Grande- RS. A escolha da temática se justifica pelo fato de que a formação continuada de professores atualmente requer novos direcionamentos, no sentido de buscar espaços e tempos dentro da escola, que oportunizem aos mesmos mobilizarem seus saberes e fazeres de forma coletiva e engajada na busca por estratégias que incidam na resolução das suas problemáticas cotidianas. A opção teórica, com foco na formação continuada de professores alfabetizadores na escola, foi centrada nos estudos de Imbernón (2009, 2010 e 2011), Nóvoa (1991/ 1992/ 1995/ 1998), Veiga (2012), Arroyo (1999/ 2013), Warschauer (2001), Tardif (2014) e Pimenta (1999), que problematizam as mutáveis demandas educacionais postas pela globalização do mundo contemporâneo, as quais incidem diretamente na trajetória formativa dos professores, exigindo deles reflexão constante frente aos seus saberes e fazeres, defendendo a escola como lócus legítimo da formação em serviço. Esta dissertação contemplou uma pesquisa bibliográfica sobre a legislação brasileira, no que tange à formação continuada de professores; sobre a documentação disponibilizada pelo Ministério da Educação, com foco nas orientações sobre a formação continuada de professores e perspectivas teóricas com base nos autores já citados. A pesquisa se inseriu no campo qualitativo, tendo como fundamentação os estudos de Minayo (2010), Lüdke e André (1986), Bogdan e Bliken (1994) e Bel (2004), que também ampararam a produção e seleção dos dados gerados a partir das observações na Hora-Atividade e entrevistas semiestruturadas realizadas com o grupo de seis professoras alfabetizadoras na E.M.E.F. Mate Amargo. As observações e entrevistas revelaram que a Hora-Atividade é valorizada pelas docentes, pois assim conseguem tempo e espaço para partilhar com seus pares, os saberes de sua experiência. A este espaço, elas atribuem uma grande importância para o fazer cotidiano, percebendo-o como um lugar de luta e de conquista da categoria, que colabora para o desenvolvimento pessoal e profissional delas, configurando, assim, um lugar legítimo de "formação continuada dentro da e para a escola". A pesquisa revelou que ainda há muito o que qualificar nos projetos de "Hora-Atividade" nas escolas. Estes tempos e espaços formativos precisam ser debatidos e pensados com o coletivo escolar, para, assim, contribuírem de forma eficiente no desenvolvimento profissional docente e concomitantemente na qualidade do ensino e aprendizagem dos estudantes.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: EducaçãoFormação de professoresFormação permanenteHora atividadeAlfabetizaçãoQualificação docente