Dissertação - Karen Godoy Silveira Barbosa

Resistências de crianças e professoras praticantes de religiões de matriz africana : caminhos para subverter hegemonias na prática pedagógica

Autor: Karen Godoy Silveira Barbosa (Currículo Lattes)

Resumo

A Dissertação, intitulada Resistências de crianças e professoras praticantes de religiões de matriz africana: caminhos para subverter hegemonias na prática pedagógica, teve como objetivo analisar práticas pedagógicas experimentadas por professoras da EMEF Frederico Ernesto Buchholz, na cidade do Rio Grande, RS, para visibilizar e valorizar crianças, suas culturas e religiosidades de Matriz Africana. Foi desenvolvida na linha Formação de Professores e Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. A investigação é parte da trajetória da linha Recidade - Redes de cultura, estética e formação na/da cidade vinculada ao grupo de Pesquisa e Extensão Educação e Memória. O fato de desejar pesquisar, a partir de atividades que proporcionassem uma práxis antirracista à coletividade almejando ainda, significativas transformações nas vivências dos sujeitos na escola se configurou no seguinte problema de pesquisa: Que práticas pedagógicas na escola anunciam crianças, religiosas de Matriz Africana e outras, invisibilizadas, socialmente? Que caminhos têm sido experimentados por docentes no trabalho com crianças pequenas e bem pequenas para subverter hegemonias na prática pedagógica? Para buscar tais compreensões esteve alicerçada na perspectiva autobiográfica (ABRAHÃO, 2004), na pesquisa formação (FORMOSINHO, 2014) sendo ponderada pelo método da análise documental (ANDRÉ; LÜDKE, 1986). Dentre as descobertas desta pesquisa constatou-se que as crianças são produtoras de conhecimento com base nas iniciativas e nas proposições que as professoras trazem como possibilidades de aprendizagens sobre seus antepassados e suas religiosidades. Essas iniciativas já eram implementadas na escola através de projetos, mesmo antes da Lei 10.639/03, pois a Instituição reconheceu que muitos dos alunos se escondiam por vergonha e/ ou falta de estímulo para exporem o que vivenciavam com alegria - para além dos muros da escola. A principal aprendizagem em relação às crianças foi perceber a ressignificação de protagonismos infantis em atividades nos espaços da escola e de professoras mobilizadas pelo enfrentamento, através de suas práticas pedagógicas, para trabalhar questões como o racismo que desencadeiam no preconceito contra as religiões de Matriz Africana. A investigação, também, aponta as questões das invisibilidades como um problema social, político e epistemológico. Assim como embasamento teórico, foram referenciados autores como Ariès (1981), Almeida (2019), Caputo (2012), Delgado (2011, 2020), Kramer (1999, 2006) e Ribeiro (2017).

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