Práticas de leitura e escrita na pré-escola : um estudo realizado em uma escola de Educação Infantil do município de Rio Grande/RS
Autor: Carolina dos Santos Espíndola (Currículo Lattes)
Resumo
Esta dissertação, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação - PPGEDU da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, na linha de Formação de Professores e Práticas Educativas, trata-se de uma pesquisa, desenvolvida entre os anos de 2019 e 2021, que teve por objetivo investigar de que modo as práticas de leitura e escrita são desenvolvidas no cotidiano da Educação Infantil - EI, mais especificamente na pré-escola da Escola Municipal de Educação Infantil Profª. Deborah Thomé Sayão, localizada no município de Rio Grande/RS. Utilizo como referencial teórico, trazendo diferentes concepções acerca da temática, os estudos de Baptista (2010, 2017), Goulart (2003, 2005, 2014), Galvão (2016), Augusto (2003), Araújo (2017), Vygotsky (1991), Soares (2004, 2009, 2020) e Morais (2019). A investigação aconteceu em um contexto de pandemia, onde foi necessário um período de distanciamento social que impediu a realização de aulas presenciais em todos os níveis de educação, sendo assim, a metodologia da pesquisa precisou de alterações. Partindo de uma abordagem metodológica qualitativa (BODGAN e BIKLEN, 1994), foi realizada uma pesquisa documental (GIL, 2008) onde foram analisados três projetos pedagógicos realizados em turmas de nível II envolvendo práticas de leitura e de escrita, registros de atividades postados no perfil do Facebook da escola e entrevistas realizadas com a Coordenadora Pedagógica e com as professoras das turmas. Ao longo da pesquisa, foi possível perceber que o trabalho desenvolvido com as crianças envolvendo a leitura e a escrita vai ao encontro das concepções defendidas por Baptista (2010, 2017), entendendo que são objetos culturais dos quais as crianças podem e devem se apropriar desde a Educação Infantil e propiciando um contato com a cultura escrita dos bebês as crianças pequenas. As práticas realizadas na escola demonstram que é possível, mesmo em um contexto de pandemia, realizar um trabalho com a leitura e com a escrita na Educação Infantil sem deixar de lado as especificidades da etapa. Dentre as práticas, destacaram-se a contação, a leitura e a criação de histórias para e pelas crianças e o uso do desenho acompanhado da escrita, seja ela espontânea por parte das crianças ou utilizando a professora como escriba, para registrar as aprendizagens e as criações das crianças. As análises demonstram que, rompendo com uma perspectiva mecânica, sem sentido e enfadonha, a escola propicia as crianças o contato com a cultura escrita valorizando sua curiosidade, suas criações e suas narrativas, através do lúdico, do imaginário e da brincadeira.