Subjetividades expandidas, identidades instagramadas : um estudo sobre representações de corpo e juventudes na produção de selfies no aplicativo Instagram
Autor: Julia da Fonseca Lopes (Currículo Lattes)
Resumo
Desenvolvida na Linha de Pesquisa Culturas, Identidades e Diferenças do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande (PPGEDU/FURG), esta Dissertação teve como propósito central o estudo das práticas de produção e de compartilhamento de selfies no aplicativo Instagram para, a partir das experiências de jovens na utilização destes artefatos compreender quais representações culturais vêm sendo construídas sobre os corpos, as identidades e as juventudes contemporâneas. À luz da vertente pós-estruturalista dos campos teórico-metodológicos dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero, foi empreendido um estudo etnográfico virtual, no qual foi realizado um grupo focal online no WhatsApp com 17 jovens usuárias do Instagram. As análises do material empírico produzido no estudo demonstraram que as constantes atualizações do Instagram têm viabilizado uma multiplicidade de recursos para a produção de selfies, os quais conduzem os sujeitos a experimentarem a si mesmos e seus corpos por meio de atos performáticos na busca de sua melhor versão. A partir dessas práticas, almeja-se não apenas a visibilidade, mas também a aprovação social por meio de reações afetivas e feedbacks daqueles/as a quem as selfies são endereçadas, cujos olhares se tornam imprescindíveis para a afirmação de identidades e pertencimentos. As discussões salientaram, ainda, diversas perspectivas através das quais os corpos vêm sendo educados e produzidos por discursos econômicos, culturais, sociais, de beleza, saúde e bem-estar que circulam no Instagram. Incutidos pela lógica do prazer atrelada ao consumo, esses discursos integram e viabilizam uma "economia da selfie", cujas estratégias publicitárias de entretenimento de marca têm constituído outras formas de consumo e outros tipos de sujeito consumidor.