Dissertação - Veronica Cunha Barcellos

Avaliação educacional : percepções e representações sociais da docência na educação básica

Autor: Veronica Cunha Barcellos (Currículo Lattes)

Resumo

Esta pesquisa de mestrado teve como objetivo investigar e compreender as representações sociais que orientam os entendimentos e ações avaliativas dos professores que atuam na Educação Básica. O aporte norteador da pesquisa foi a Teoria das Representações Sociais concebida por Serge Moscovici (1961). Entende-se por representações sociais as teorias coletivas ou as modalidades de saber socialmente constituídas, partilhadas e voltadas para a compreensão do mundo, a comunicação e a orientação das práticas. A pesquisa fundamentou-se também sobre os pressupostos epistemológicos, históricos e pedagógicos da avaliação da aprendizagem, construídos a partir das contribuições Luckesi, 2002, 2010; 1999; Hoffmann, 1998; 2003; 2014; Perrenoud, 1999; Melchior, 1994, 2008; Libâneo, 1988, 2000; Freire, 1996; Chueiri, 2007, Russel, 2014; Sordi, 1995, 2006; Tardif, 2006; Dias Sobrinho 2003, entre outros. É um estudo de natureza qualitativa, sendo marcada por três momentos, o primeiro passo foi realizado por meio da análise documental sobre a história da avaliação da aprendizagem e suas concepções na Educação Básica e o estudo da teoria das representações sociais. Apresentamos como segundo passo, a realização de uma entrevista semi-estruturada, com docentes de diversas áreas da Educação Básica. Para tanto investigamos as dimensões envolvidas no processo de avaliação educacional e quais as representações sociais deles das experiências avaliativas no ensino. O terceiro passo da dissertação compõe a coleta e análise dos dados que foram organizados e analisados à luz do Discurso do Sujeito Coletivo - DSC, desenvolvido por Lefèvre e Lefèvre (2005). De acordo com nossas análises evidenciou-se que a maioria dos professores tem uma concepção formativa de avaliação da aprendizagem, embora ainda existam resquícios da concepção em que mais se valorizam os resultados de provas e testes do que os processos avaliativos cotidianos. Nos discursos analisados há evidências de um esforço coletivo dos docentes para romper com a concepção de avaliação classificatória e com as práticas tradicionais de avaliação da aprendizagem. Pode-se concluir que as concepções desses professores caminham numa perspectiva emancipatória, assentada na postura reflexiva, em que se consideram alguns aspectos fundamentais: a utilização da avaliação mediadora como suporte para a aprendizagem dos alunos e para o planejamento de ensino do professor: 1) a ênfase do papel do aluno e do professor nos processos avaliativos formativos, 2) a diversidade de instrumentos avaliativos que os professores utilizam durante o processo de ensino e aprendizagem; a compreensão do erro do aluno como possibilidade à adequação do processo de ensino e aprendizagem, uma nova uma organização escolar que implica uma proposição de avaliação marcada pela lógica da inclusão, do diálogo, da construção da autonomia, da mediação, da participação, da construção da responsabilidade com o coletivo. Foi destaque também pensar sobre a avaliação nos cursos de licenciatura, pois a avaliação adotada nas universidades, ainda é baseada num modelo positivista e classificatório o que provoca, muitas vezes, a reprodução de práticas avaliativas sem questionamentos, reflexões ou significados. Por fim, essa pesquisa foi importante, pois acreditamos que a avaliação caminha numa perspectiva crítica e emancipatória alicerçada em novos elementos avaliativos, voltados para o ensino e aprendizagem dos alunos.

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