Dissertação - Izabel Espindola Barbosa

Nossas professoras pretas : por uma pedagogia preta feminista

Autor: Izabel Espindola Barbosa (Currículo Lattes)

Resumo

Sobre nossas professoras pretas recai o chamado para conhecer as vivências pessoais que remetem a alguns pontos urgentes na sociedade brasileira. Mulheres negras em suas experiências de interseccionalidade de raça e gênero que ocuparam o espaço da educação formal na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, cujas trajetórias marcadas pelo machismo e pelo racismo forjaram a identidade pessoal e profissional dessas professoras negras. Este estudo desenvolvido na linha de pesquisa identidades, culturas e diferenças do Programa de Pós-Graduação em Educação, PPGEdu, tem o objetivo de encontrar as professoras negras da região fronteira oeste e suas vivências através delas próprias, dentro de uma visão do pensamento feminista negro na educação. Nos objetivos específicos busquei empretecer conceitos para as discussões afro-brasileiras; também, identificar a perspectiva de territórios, geográficos e sociais das professoras negras, em seus espaços de pertença e empoderamento; além de, analisar as vivências das professoras negras na perspectiva interseccional, articulando raça, gênero e classe. O texto contém a minha trajetória em meio aos ancestrais, seguindo pelas metodologias da investigação, na qual utilizei o método da história oral como base numa pretensa metodologia de descolonização epistêmica, utilizando epistemologias de autoras e autores com escritas densas sobre as questões afro-diaspóricas, afro-feministas e afro-brasileiras. Diante das leituras e das entrevistas, o resultado da pesquisa apresenta a educação como espaço de debate antirracista, principalmente diante da presença de mulheres negras professoras que, independentem dos níveis educacionais das redes de ensino, desestabiliza o modus operandi educacional brasileiro. Queiram ou "não nos queiram", a visão de uma mulher negra em uma instituição educacional estabelece um modo de aprender que remete às tradições da diáspora negra: o aprender fazendo. A ligação entre a prática e a vivência que se apresentaram nas falas dessas professoras carregam teorias que recentemente a academia começa a divulgar, como o caso do pensamento feminista negro. O pensamento feminista negro possibilitou-me apresentar uma proposta final ao estudo denominada Por uma Pedagogia Preta Feminista. Utilizei o termo "pretas" como referência ao modo de como a cor vem sendo estigmatizada desde a coleta de dados oficiais pelo censo demográfico até aos modos de vida da mulher negra.

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Palavras-chave: EducaçãoProfessoras negrasInterseccionalidadeFeminismo negro