Formação continuada em narrativa com a corporeidade e seus ecos na/da Educação Infantil : contribuições da perspectiva bioecológica
Autor: Paula Miño Oliveira da Fonseca (Currículo Lattes)
Resumo
O presente estudo, vinculado a linha de pesquisa Formação de professores e práticas educativas, constituiu uma análise dos desafios expostos relacionados à repercussão da relação das professoras da rede municipal do Rio Grande/RS com os processos formativos em narrativa com a corporeidade, na perspectiva da Bioecologia. Entendemos que o corpo que ensina é aquele que também aprende e assim carrega consigo marcas, concepções e crenças. Buscamos fazer reverberar a reflexão de que a corporeidade, ou seja, o modo de sentir o mundo se manifesta a todo instante não só pelas crianças, mas também por suas professoras. As experiências da mestranda, vivenciadas em diferentes escolas de Educação Infantil do município de Rio Grande/RS descritas nessa pesquisa evidenciam a inspiração para a construção deste estudo. A pesquisa estrutura-se pelos princípios teórico-metodológicos propostos por Urie Bronfenbrenner para subsidiar a compreensão sobre a formação continuada. O objetivo central deste estudo é investigar e compreender a relação das professoras de Educação Infantil da rede municipal do Rio Grande com os processos formativos em narrativa com a corporeidade, pelas lentes da abordagem bioecológica. A dissertação estrutura-se em três artigos: 1) Crianças e movimento: o pulsar das infâncias; 2) Um olhar bioecológico sobre as narrativas dos corpos de professoras da Educação Infantil em processos de formação continuada e 3) Corporeidade na escola de Educação Infantil: um olhar para o corpo das professoras. Os processos metodológicos de ambos, são de cunho qualitativo e de natureza empírica. A geração dos dados aconteceu por meio de um levantamento dos programas de formação com ênfase na corporeidade, oferecidos pela Secretaria de Município da Educação e pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG, aos professores de Educação Infantil da rede municipal, nos últimos cinco anos. O eixo de análise conta com narrativas da pesquisadora, análise de documentos oficiais, falas, fotos, vídeos e memoriais descritivos de 16 professoras participantes: a) do curso Práticas Corporais na Educação Infantil: vivências e experiências na constituição da corporeidade realizado no ano de 2019 e; b) observações da pesquisadora e análise de questionários aplicados a 45 professoras participantes do curso Corporeidade na Educação Infantil: Tempos, espaços e materiais ocorridos em 2022. Ambas formações ministradas por docentes da FURG. A inspiração na teoria fundamentada nos dados e análise de conteúdo foram os métodos utilizados para as análises, que revelaram o quanto as ações formativas que fazem sentido para as docentes deixam marcas nos corpos das professoras e assim ecoam no cotidiano das escolas de educação infantil do município, mobilizando a construção de novos saberes e possíveis transformações. Nesse contexto, conclui-se que que ao dialogar com as professoras a partir de seu corpo em cursos formativos, ratifica-se que, precisamos ser tocados para que efetivas transformações aconteçam. Portanto, torna-se essencial para as professoras terem oportunidades de vivenciarem processos formativos que façam sentido para o seu fazer docente.