Experiências juvenis contemporâneas em Rio Grande/RS : desafios da relação trabalho e educação para jovens do Ensino Médio público da cidade
Autor: Alisson Souza Corrêa (Currículo Lattes)
Resumo
A pesquisa destaca diferentes experiências e relações de oito jovens estudantes trabalhadores do ensino médio com os seus espaços de trabalho e estudo na cidade do Rio Grande/RS. Tais relações são marcadas por desigualdades que se tornam mais evidentes no Ensino Médio, especialmente na rede pública de ensino, lugar desta pesquisa. Enquanto para alguns esse é um momento de preparação exclusiva para o ensino superior, para outros existe a necessidade de conciliar estudos com trabalhos, seja para conseguir ter um mínimo poder de compra, para vivenciar suas juventudes ou, ainda, como a única maneira possível de continuar estudando. A temática, que não é nova dentro das discussões acadêmicas, ganha novos recortes na contemporaneidade, marcada pelo retorno às aulas presencial - após dois anos de Ensino Remoto - e as Reformas Trabalhista (Lei 13.467/2017) e do Ensino Médio (Lei 13.415/2013). Tendo como refencial téorico as/os Jovens como sujeitos sociais e de direitos e as juventudes como categoria construida histórica e socialmente, a pesquisa dialoga com autoras/es como: Corrochano (2002; 2016); Peregrino(2014), Weller (2014), Sposito (2005), Franzoi (2019), Dayrell (2003; 2007), Groppo (2004;2017), entre outros/as. O estudo resgata discussões importantes acerca das políticas públicas de trabalho e renda para as juventudes brasileiras, a exemplo do Estatuto da Juventude e da Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude. A pesquisa se ampara nas Entrevistas Narrativas como ferramenta metodológica e destaca a partir dos sujeitos entrevistados os desafios enfrentados na rotina de estudantes e trabalhadores/as, bem como seus anseios após concluirem o Ensino Médio e temáticas emergentes para o campo da Juventude e da Educação. Com relação aos desafios destacados por esses sujeitos destaca-se as dificuldade para conciliar o tempo entre estudos, trabalho, lazer e descanso; o baixo nível de aprendizado no ensino remoto durante os anos de 2020 e 2021; além de alegarem não se sentirem escutados dentro do ambiente escolar, entre outras questões. Isso, no entanto, não impede suas prospecções e sonhos pessoais, como a continuidade de estudos no ensino superior, algo que apareceu em todas as entrevistas. Nessa espiral, as onze temáticas que emergiram, fruto dos processos de coleta e análise das entrevistas, salientam as diversidades existentes entre os sujeitos da pesquisa, ao mesmo tempo que contribuem para discussões contemporâneas na área. Enseja-se que a pesquisa possa contribuir com práticas educativas e na/para a formação de professores/as.