Experiências de in/exclusão nas licenciaturas da Furg : narrativas discentes
Autor: Andressa Nunes Martins (Currículo Lattes)
Resumo
Esta dissertação tem como objetivo investigar como se deu a constituição histórica da inclusão no ensino superior e como os sujeitos com deficiência vivem e narram suas experiências de in/exclusão nas licenciaturas da Universidade Federal do Rio Grande. Inscrito na linha de pesquisa de Políticas Educacionais e Currículo, este estudo foi realizado sob a perspectiva das contribuições advindas do campo pós-estruturalista, sustentada pelos estudos de Michel Foucault e demais autores alinhados com a teorização foucaultiana. Como estratégias metodológicas, foram utilizadas: a análise documental e a entrevista narrativa. Tal caminho metodológico, traçado para alcançar o objetivo central da pesquisa, desdobrou-se em três movimentos específicos: olhar para traços da contextualização histórica da inclusão no Ensino Superior em termos de políticas macroestatais; olhar para a institucionalização da inclusão na Universidade Federal do Rio Grande; e analisar as narrativas dos sujeitos com deficiência, estudantes dos cursos de licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande. A materialidade da análise é formada por normativas oficiais (tanto do contexto nacional quanto institucional) e por entrevistas narrativas realizadas junto a quatro estudantes com deficiência, transtorno do espectro autista e/ou altas habilidades/superdotação, provenientes das graduações, dentro do recorte das licenciaturas. A análise desenvolvida permitiu a construção de duas unidades que tematizam sobre: 1. Movimentos de in/exclusão na universidade, a partir de duas vertentes: a modulação da conduta que opera por meio da normalização do sujeito e o apagamento da diferença que gera exclusão, violências e coloca os sujeitos em guerra de uns contra os outros; 2. Direito, práticas in/exclusivas e a judicialização. Diante dos eixos de análise apresentados, percebe-se que há uma pulverização de ações em diferentes espaços da Universidade Federal do Rio Grande, mas não há uma política institucionalizada de orientação para a constituição de práticas inclusivas dentro da universidade.