Os (des)caminhos de uma pesquisa : (auto)formação, experiência e narrativa como resistência em tempos de pandemia
Autor: Ana Roberta Machado Siqueira (Currículo Lattes)
Resumo
A dissertação "Os (des)caminhos de uma pesquisa: (auto)formação, experiência e narrativa como resistência em tempos de Pandemia" é uma investigação sobre experiências (auto)formativas da autora, escrita ora no singular ora no plural, em meio à pandemia de COVID-19. O estudo foi construído no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, na linha Formação de Professores e Práticas Educativas, e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. Em três capítulos apresenta como a pesquisa se reinventou no decorrer da pandemia e dos desafios inerentes à investigação, vida e docência. Nessa reinvenção da pesquisa se destacaram os conceitos: experiência (LAROSSA, 2002; FREIRE, 2008, 2011B); resistência (FREIRE, 2011A, B, C; MORETTI, 2010; BRANDÃO, 2019; KRENAK, 2020 SOUSA SANTOS, 1995, 2011); (auto)formação/(auto)biografia; (NÓVOA, 2010; PINEAU, 2010; JOSSO, 1999, 2007, SOUZA, 2006); narrativa (CUNHA, 1997, 2015). O primeiro capítulo apresenta um pouco da experiência da autora e suas reflexões cotidianas sobre o ser/estar no mundo e da sua permanente tentativa de construir sua professorice, conceito construído por ela, que emana o sentimento e compromisso de ser antes de tudo, gente. E apresenta os questionamentos suleadores desta pesquisa: "Que processos (auto)biográficos/(auto)formativos foram possíveis construir, juntamente com outros colegas e professores?" "Que tipo de (auto)formação foi desenvolvida durante a pandemia e o ensino remoto, a partir da práxis da pesquisadora?" O segundo capítulo traz o estado do conhecimento (SILVA, SOUZA, VASCONCELLOS, 2020) sobre produções de narrativas (auto)formativas/(auto)biográficas nas plataformas Scielo e Sucupira e uma análise sobre suas contribuições para a (auto)formação de professores. Também destaca a metodologia de caráter qualitativo amparada em narrativas (CUNHA, 1997). O terceiro capítulo denominado (des)caminhos da pesquisa e suas (in)conclusões, retoma a ideia original do projeto de pesquisa e como foi reorganizado para se constituir nesta investigação. Também, nesse processo de reconstrução, apresenta o Professor Esperança e uma breve análise sobre sua carta enviada à autora, que, na condição de colega, compartilhou do mesmo momento histórico que a pesquisadora, porém atuando na docência, em sala de aula. Por fim, a pesquisadora escreve uma carta a colegas leitoras/es apontando uma parte das respostas ou reflexões que essa pesquisa lhe proporcionou, como: A (auto)formação/(auto)biográfica da professora pesquisadora foi produzida em processos de resistência, que ocorreram no movimento e junto/com colegas e coletivos comprometidos com a produção de conhecimentos "decentes", mesmo que (ou, talvez, principalmente) em meio à contextos em que existências foram desafiadas; esses movimentos exigiram da pesquisadora novos modos de se relacionar com os outros, assim como a capacidade de entender que adoecimentos, solidão, lutos e lutas interferiram no modo de conceber e produzir conhecimento; ratificou a incerteza, a pergunta e a investigação, além das descontinuidades e retomadas, na base dos novos processos (auto)formativos/(auto)biográficos de professores/as; e enfatizou a importância de se manter junto a coletivos organizados e solidários, conectada, atenta às sutilezas e aos fios de afetos, as pequenices cotidianas, ainda presentes, na profissão professor/a.