"Gestão do caos" : a formação de gestores escolares no estado do RS - (2021-2023)
Autor: Magda Beatriz Brito Alves (Currículo Lattes)
Resumo
Este estudo faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), vinculado à linha de pesquisa das Políticas Educacionais e Currículo e ao Grupo de Pesquisas em Gestão, História e Políticas Educacionais (GEHPolíticas) da FURG. O trabalho investiga as implicações do Curso de Formação de Gestores Escolares Educacionais do Estado do Rio Grande do Sul-RS (especialização) que ocorreu entre dezembro de 2021 a março de 2023 durante as gestões dos governos de Eduardo Leite (PSDB) incluindo a primeira gestão Eduardo Leite/Ranolfo Vieira Júnior (2019-2022) e a segunda gestão em andamento (2023-2026). Assim, neste trabalho um dos objetivos foi olhar especificamente para quatro escolas de ensino médio da cidade de Pelotas-RS, examinando quais foram as principais ideias sobre gestão escolar propostas pelo curso de formação e quais grupos atuaram nesta formação. Além disso, buscou-se entender quais foram as implicações, tanto objetivas, quanto subjetivas do curso de formação de gestores para as práticas e experiências de gestão dessas quatro escolas estaduais de ensino médio de Pelotas-RS. A análise realizada foi de cunho qualitativa, utilizando como fontes documentos e materiais didáticos de 20 aulas do curso, que foram postadas na plataforma Moodle do Portal Educação-RS, além de realizar entrevistas com as/os gestoras/gestores das escolas selecionadas. O estudo concluiu que o Curso de Formação de Gestores do Rio Grande do Sul enfatiza práticas de cunho gerencialista e negligência às necessidades específicas das escolas, o que leva a uma desconexão entre o curso e a realidade escolar. A partir das entrevistas realizadas, foi possível perceber o desconhecimento da gestão estadual para lidar com desafios complexos, como a diversidade socioeconômica e cultural das comunidades escolares atendidas. Aponta-se uma lacuna entre a teoria e a prática, sugerindo a necessidade de uma formação mais holística e adaptada às especificidades locais. Conclui-se que as políticas de formação de gestores precisam ser repensadas para promover uma abordagem integrada, contextualizada e colaborativa, visando construir práticas de gestão escolar significativas para todas e todos os envolvidos.