A educação patriarcal e a construção da identidade da mulher
Autor: Josoela Cenci Guedes (Currículo Lattes)
Resumo
A educação tradicional, que perpetua paradigmas anacrônicos, especialmente aqueles relacionados aos valores e estigmas machistas da sociedade patriarcal, reflete-se na construção da identidade da mulher. Essa educação perpetua conceitos e preconceitos, reforçando a ideia de que convenções sociais são imutáveis e inquestionáveis. O presente estudo promove uma reflexão, dentro da linha de pesquisa de Educação, Culturas, Identidades e Diferenças do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), sobre como a educação vigente e tradicional atua como um instrumento de perpetuação dos valores do patriarcado. O objetivo geral é identificar os elementos presentes nessa educação formal (escolar) que recaem sobre a construção da identidade da mulher, bem como sua representação social. Para isso, o estudo foi realizado a partir de uma abordagem qualitativa, com revisão bibliográfica descritiva e análise de artigos científicos e obras voltadas para as temáticas da educação tradicional, patriarcado, feminismos e educação libertária, fundamentando-se, sobretudo, nas obras de autoras que abordam a emancipação da mulher, como Silvia Federici, Heleieth Saffioti, Gerda Lerner e bell hooks. Este trabalho está estruturado em: Introdução, que apresenta o tema, os principais elementos da dissertação e os objetivos da pesquisa; seguido da Metodologia, que descreve as escolhas e técnicas de pesquisa, os motivos dessas opções, os gráficos das bases de pesquisa e processos de filtragem de material; o Marco Teórico, que discute patriarcado, construção social da mulher, movimentos feministas interseccionais, sexualidade, etarismo e preconceito, relações e divisão social do trabalho, religião e educação crítica como instrumento de libertação; e Considerações Finais, que mostram os efeitos da educação libertária e suas consequências para a sociedade, além de uma reflexão sintética sobre os temas estudados. Como resultado, conclui-se que a educação libertária, fruto da luta feminista, pode modificar a sociedade. Propõe-se que a educação não apenas forme, mas também transforme; não apenas perpetue ciclos, mas os encerre; não apenas reproduza valores vigentes, mas seja crucial na ruptura desses valores e na reconstrução da sociedade com uma visão igualitária, plural e interseccional.