Educação e trabalho : uma análise sobre os processos educativos não-escolares no cárcere
Autor: Diego Gabriel Machado Borges (Currículo Lattes)
Resumo
Os processos educacionais são diversos e podem ser encontrados em ambientes fora do espaço escolar. Nessa gama de ambientes educacionais não formais, ou não escolarizados, está o ambiente prisional, permeado por diversas práticas educacionais e que, em seu cotidiano, deveria se constituir não apenas como um ambiente punitivo, mas também educacional. Como principal ferramenta colaborativa, temos o trabalho prisional remunerado, que também se apresenta como um potencial instrumento na busca por uma ressocialização plena, capaz de contribuir para a autopercepção do indivíduo preso como sujeito de direitos e deveres, ou seja, como cidadão. Assim, a pesquisa apresentada a seguir, realizada na linha de pesquisa III "Educação, culturas, identidades e diferenças" do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) da Universidade Federal de Rio Grande - FURG, tem como principal objetivo analisar o trabalho prisional enquanto ferramenta educadora e de garantia da cidadania, além de analisar a prisão enquanto um espaço de educação e/ou punição. O entendimento sobre o que é trabalho e suas relações aproxima-se do conceito marxista, no qual a ação do trabalho transforma o ser social ao mesmo tempo em que modifica o meio ambiente ao seu redor. Buscando a construção de uma base teórica, foram utilizadas estratégias como o mapeamento de estudos prévios realizados acerca das discussões propostas. Entre outras ferramentas de levantamento e análise de dados empregadas no presente estudo, está a aplicação de um questionário com questões pré-estabelecidas, no qual se procurou apresentar as percepções dos apenados em relação ao trabalho prisional realizado.